domingo, 14 de outubro de 2007

Crise de identidade - fútil ou não?

Pros que ainda estão em crise de identidade se achando fúteis por gostarem de consumir ou de estudar as relações sociológicas dos estilistas da França, eis uma outra perspectiva sobre:

Colin Campbell, em "Eu compro, logo sei que existo: as bases metafísicas do consumo moderno" demonstra que, embora o consumo seja frequentemente visto como uma das atividades mais mundanas, para não dizer fúteis, da vida social, um olhar mais acurado pode indicar que se conecta com alguns dos elementos mais centrais da cultura e da sociedade contemporâneas, quais sejam as crenças acerca do que é a verdade e a realidade. E, em vez de aprofundar a crise de identidade, como afirmam vários autores, entre os quais Bauman, o consumo se apresenta como um caminho para solucioná-la. A ênfase moderna no individualismo e nas emoções, paralelamente à exposição das pessoas a uma vasta gama de produtos e serviços, permite que os indivíduos descubram "quem são realmente" e, assim, enfrentem seus problemas de identidade.

Fonte: Cultura, consumo e identidade - Livia Barbosa e Collin Campbell


Viu? Da próxima vez que alguém de te chamar de fútil por usar um tenis de marca, responda: meu bem, o negócio é que eu tenho um olhar acurado sobre a realidade e procuro exercer meu individualismo pós-moderno na vasta gama de produtos e serviços que posso adquirir com o meu capital.

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